A pesquisa realizada pela TRAMA e pelo SEC Resende/Itatiaia/Porto Real revela os primeiros resultados sobre a mobilidade dos comerciários em Resende-RJ.
🚌 Dependência quase total do transporte público.
A pesquisa realizada com trabalhadores do comércio de Resende revela que 87,7% deles dependem do ônibus para ir e voltar do trabalho. O dado escancara que o transporte coletivo não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade. Sem ele, grande parte da categoria não teria como chegar ao emprego.
Dessa forma, qualquer falha no sistema pode provocar atrasos, perda de salário e até risco de demissão.
Além disso, 60,3% afirmam utilizar o ônibus todos os dias. Quando somados aqueles que recorrem ao transporte de três a cinco vezes por semana, o índice ultrapassa oito em cada dez trabalhadores.
A frequência demonstra que o transporte público é um elo central da vida laboral. Cada falha no serviço tem impacto imediato, não apenas em um dia isolado, mas de maneira contínua, acumulando prejuízos na rotina de quem depende dele.
⏰ Longos tempos de viagem, especialmente na volta.
O levantamento também aponta que 50,5% gastam entre 30 e 60 minutos para chegar ao trabalho. Há ainda grupos que relatam trajetos superiores a uma hora e meia.
Esse tempo de deslocamento significa que de meia hora a uma hora do dia do trabalhador já é consumido antes mesmo do início da jornada.
Volta para casa é ainda mais demorada. De acordo com a pesquisa, 33,9% gastam de uma a uma hora e meia para chegar em casa, e 14,4% enfrentam trajetos ainda mais longos, que ultrapassam esse tempo.
A volta coincide com o horário de pico e com a oferta reduzida de ônibus no fim do dia, o que significa mais espera, veículos lotados e cansaço acumulado. O resultado é cansaço acumulado, menos tempo para a família e a percepção de que o transporte público estende a jornada sem qualquer remuneração.
📉 Oferta insuficiente de linhas e horários.
Outro dado preocupante é a percepção generalizada de que o sistema de transporte não dá conta da necessidade dos trabalhadores. Mais de 72% consideram insuficiente o número de linhas disponíveis, e 59,6% dizem que os horários oferecidos não atendem à realidade da categoria.
Essa escassez deixa bairros sem cobertura adequada e obriga os passageiros a esperar por longos intervalos. A falta de linhas e de horários compatíveis com a jornada do comércio resulta em ônibus superlotados, atrasos frequentes e sobrecarga emocional para quem depende diariamente do transporte coletivo.
🔄 Um sistema que não atende às necessidades reais da categoria.
Esses fatores impactam diretamente a vida dos trabalhadores: atrasos, cansaço acumulado, menos tempo para família, lazer e estudo — e até risco de demissão.
Com esses dados preliminares, a primeira fase do levantamento chega ao fim. Na segunda etapa, serão apresentados mais detalhes sobre os impactos e desafios da mobilidade dos comerciários em Resende (RJ).